Turma de Doidus,
Segura que vem mais crise:
Acho que o mal do ser humano é considerar que precisa conhecer o outro antes de saber o que
ele já é. Confesso cair nesse mal também, muitas vezes. Mas ainda assim sei, embora não
saiba como aplicar, o que é o correto:
Antes de uma faca cortar um pão ela precisa conhecer sua própria resistência para saber se ela
foi feita pra cortar pães ou só passar manteiga neles. Não adianta conhecer o outro se não se
tem estrutura nem pra si. Não falo que nosso comentarista não o tenha, mas falo que a
argumentação dele cai por terra quando se imagina uma pessoa por exemplo querendo fazer
psicologia, e tratar de outros indivíduos, sem saber dos problemas que ela própria tem! Quanto à
espécie humana, eu diria que ela está decaindo sim, e isso mesmo que se fizer a parte da
gente, o que cada dia está sendo mais difícil. Quantos aqui, num ato de bondade à natureza,
conseguiria ficar um ano inteiro sem computador, celular, televisão e outras coisas elétricas em
troca de diminuir o aquecimento global? Quem aqui, em um ato protetor, e até fraternal, cultivaria
uma planta nem que na janela, para que não só ele pudesse sentir o seu cheiro, ou tocá-la, ou
mesmo vê-la crescer, mas para que animaizinhos viéssem abrigar-se nela, como um beija-flor
vem rapidinho naqueles potinhos de água com açúcar que se costuma deixar (e que por não ser
algo natural pode fazer mal ao pássaro)?
Quanto à emoção, continuo defendendo o fato de tudo
que tem sangue ter emoção, ou como eu coloco, hemoção, de sangue. Uma coisa feita
puramente de instinto, não conseguiria fazer tão bem uma vida de algo que não é vivo
propriamente dito, como a luz solar, ou um bloco de terra onde ela se afirma. Existem pessoas
que afirmam que conversar com plantas não só as faz sentir bem, como também dá mais força
às nossas amigas imóveis porém bem mais sábias! Talvez se eu escrevesse teorias contrárias
às minhas, encontraria mais e mais falhas na espécie humana e aí sim me mandaria pro além
sem passagem de volta!
Frio no corpo porém reforçadamente sensível na alma,
Doidus!